Por Patrícia
Castro
Os sinais da velhice são inevitáveis: cabelos
brancos, caminhada lenta, cansaço. Mas a vontade de prolongar a vida sem temer
o envelhecimento é crescente. Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha na
cidade de São Paulo em 2011, 64 % da
população não tem medo de envelhecer, enquanto 22 % afirma ter um pouco de medo
e o restante, 10%, muito medo.
Interpretar o envelhecimento como algo natural, sem
receio dos anos que passam, tem sido cada vez mais habitual. Para o aposentado
de 71 anos, Mauricio Rodrigues da Silva, a qualidade de vida é uma das causas do
envelhecimento saudável. “Estou sempre com a mente ocupada, viajo bastante,
levo uma vida sem extravagâncias. Até os meus 65 anos nunca precisei tomar
nenhum remédio”. Ele acrescenta que os cuidados com a saúde e o bem estar são
essenciais. “Procuro sempre ter responsabilidade, mas ao mesmo tempo curtir a
vida de uma forma saudável, isso é ótimo”.
A velhice pode representar apenas uma fase de limitações, entretanto a ocupação com alguma atividade é um dos grandes segredos. O aposentado de 67 anos, Valderlino Soares, relata que não tem medo de envelhecer. “Quando me aposentei, montei meu próprio negócio, nunca gostei de ficar em casa, tenho sempre que fazer alguma coisa”. Soares diz também que não pensa no amanhã. “Quando a mente não se preocupa com alguma coisa é como se não existisse, por isso não tenho medo, não me preocupo,” afirma.
Para a psicóloga Verônica Alvares Cansado, atitudes positivas em relação velhice dependem de cada mente, de cada pessoa. “Para o nosso inconsciente não existe o tempo em que envelhecemos e morremos, a vida psíquica não reconhece o envelhecimento”. Verônica também relata que para aceitar a velhice é preciso dar o primeiro passo. É necessário saber lidar com as frustrações do cotidiano e se reinventar constantemente. Quem conhece bem a si próprio dificilmente vai usar o mecanismo de negação, ou seja, a não aceitação da velhice.
Nenhum comentário:
Postar um comentário