segunda-feira, 18 de junho de 2012

Terceira idade busca realização pessoal no teatro

Texto e foto Tiago Machado

Elenita se prepara para viver uma médica na peça “Comédia Dell Art”,  ainda em montagem.

Elenita Maria Fernandes Zanicotti, 65 anos, é aposentada e há dois anos descobriu através do teatro uma nova forma de viver. Toda semana participa dos encontros no teatro Barracão Encena, em Curitiba. Elenita começou a fazer teatro por influencia da irmã e desde então não parou mais. A aposentada conta que antes era uma pessoa tímida, introvertida, e tinha receio de falar em público e foi  na prática do  teatro que deixou de lado todos os medos e inseguranças. “Antes eu era inibida, o teatro fez eu aprender a falar, me comunicar. Eu aprendi realmente a viver. Quando eu vou  ao teatro eu sinto que estou indo para a vida”. Elenita já atuou no filme “As duas irmãs” e agora se prepara para o segundo filme, “As irmãs Vulvua”, produzidos pelos alunos de cinema da Faculdades de Artes do Paraná (FAP). 30 20 30
A aposentada acha que trabalhar com pessoas de diferentes idades também ajuda muito para a troca de experiências. “Os jovens ensinam muito, eu adoro jovens.  Não voltaria ao tempo porque sou feliz como estou, mas eles acreditam nas coisas. Para eles as ideias ganham força”. No teatro ela já tem uma boa experiência e se prepara para a sua terceira peça, "comédia Dell Art", com previsão de estreia para junho, onde interpreta uma médica. Para ela o palco é um lugar mágico e toda vez que está nele esquece do mundo e dos problemas externos.
Elenita não é a única atriz da família. A irmã, jornalista aposentada Eliete Maria Fernandes de Paula, de 69 anos, entrou para o teatro há quatro anos. Já participou de oito peças e agora faz a leitura da montagem “O Beijo”.  Além de atriz ela também é atleta,  caminha diariamente cinco quilômetros, faz aulas de musculação, hidroginástica, dança e ainda estuda  inglês. Com uma disposição de dar inveja em qualquer jovem, ela deixa um conselho para os idosos que não praticam atividades: “pegue sua televisão e seu sofá e mande para a doação.  Compre um tênis e uma bermuda e caia na rua.  Viver é um risco, mas não viver é o pior de todos”. 
No palco, Eliete se transforma. “É como se eu estivesse tendo um orgasmo. Representar é como expor a sua alma ao espectador,  nos modificamos quando atuamos e é isso que me dá prazer em representar”. Para se despedir de um personagem ela costuma mudar o corte do cabelo quando encerra os trabalhos de uma peça. Com isso, ela se renova e vence desafios. Vive em cada peça um personagem diferente e deixa em cada um deles um pouco de si.

Leia Mais:


Nenhum comentário:

Postar um comentário