Texto e foto Tiago Machado
Elenita Maria Fernandes Zanicotti, 65 anos, é
aposentada e há dois anos descobriu através do teatro uma nova forma de viver. Toda
semana participa dos encontros no teatro Barracão Encena, em Curitiba. Elenita
começou a fazer teatro por influencia da irmã e desde então não parou mais. A
aposentada conta que antes era uma pessoa tímida, introvertida, e tinha receio
de falar em público e foi na prática
do teatro que deixou de lado todos os medos
e inseguranças. “Antes eu era inibida, o teatro fez eu aprender a falar, me
comunicar. Eu aprendi realmente a viver. Quando eu vou ao teatro eu sinto que estou indo para a
vida”. Elenita já atuou no filme “As duas irmãs” e agora se prepara para o segundo
filme, “As irmãs Vulvua”, produzidos pelos alunos de cinema da Faculdades
de Artes do Paraná (FAP). 30 20 30
A aposentada acha que trabalhar com pessoas de
diferentes idades também ajuda muito para a troca de experiências. “Os jovens
ensinam muito, eu adoro jovens. Não voltaria ao tempo porque sou feliz como
estou, mas eles acreditam nas coisas. Para eles as ideias ganham força”. No
teatro ela já tem uma boa experiência e se prepara para a sua terceira peça, "comédia
Dell Art", com previsão de estreia para junho, onde interpreta uma médica.
Para ela o palco é um lugar mágico e toda vez que está nele esquece do mundo e
dos problemas externos.
Elenita não é a única atriz da família. A irmã,
jornalista aposentada Eliete Maria Fernandes de Paula, de 69 anos, entrou para
o teatro há quatro anos. Já participou de oito peças e agora faz a leitura da montagem
“O Beijo”. Além de atriz ela também é
atleta, caminha diariamente cinco quilômetros, faz aulas de musculação,
hidroginástica, dança e ainda estuda inglês. Com uma disposição de dar
inveja em qualquer jovem, ela deixa um conselho para os idosos que não praticam
atividades: “pegue sua televisão e seu sofá e mande para a doação. Compre um
tênis e uma bermuda e caia na rua. Viver é um risco, mas não viver é o pior de
todos”.
No palco, Eliete se transforma. “É como se eu
estivesse tendo um orgasmo. Representar é como expor a sua alma ao
espectador, nos modificamos quando
atuamos e é isso que me dá prazer em representar”. Para se despedir de um
personagem ela costuma mudar o corte do cabelo quando encerra os trabalhos de
uma peça. Com isso, ela se renova e vence desafios. Vive em cada peça um
personagem diferente e deixa em cada um deles um pouco de si.
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