segunda-feira, 18 de junho de 2012

Trabalho para idosas aposentadas cria novos meios de relacionamento

Texto e foto: Amani Cruz

Idosas buscam no artesanato ocupação e complementação de renda



    Para muitos idosos, viver com apenas o dinheiro na aposentadoria é difícil. Gastos com remédios e tratamentos de saúde acabam por encarecer o custo de vida. Segundo Censo de 2010, 22% da população continua trabalhando após se aposentar.
    Muitas mulheres que se aposentam escolhem como passatempo o tradicional artesanaro. Mais do que um trabalho, essas atividades acabam melhorando a auto-estima e são um complemento na renda. Em cada toalha pronta ou bordado finalizado elas têm a sensação de missão cumprida. Missão que passam para os mais jovens, originando novas gerações de artesãs.
    Agora que é aposentada, Zelita de Sá Moura ocupa seus dias com atividades manuais: crochê e o tricô. Ela trabalha no armarinho Cantinho Artesanal e a cada dia se surpreende com seu trabalho. “Dou aula aqui há um ano e a idade das minhas alunas varia de 25 a 50 anos. É uma surpresa ver que tantas jovens procuram o artesanato”. A aposentada conta que ensinou suas filhas a fazerem o mesmo. “As minhas meninas cresceram me vendo tricotar, quando pegaram idade ensinei alguma coisinha pra elas e deixei que cada uma fizesse o que achassem mais interessantes”.
    A comerciaria Joana Kitzberg, empregadora de Zelita, criou as modalidades de semi-intensivo e intensivo para pessoas interessadas em aprender ou aperfeiçoar o conhecimento do artesanato. E as professoras são sempre idosas. ”Não há ninguém melhor para ensinar do que as pessoas que praticam atividades no seu dia-a-dia e que aprenderam o ofício desde pequenas”.
    A ideia de oferecer o curso surgiu das próprias clientes. “Direto apareciam clientes no meu armarinho perguntando se oferecíamos cursos para aprender a fazer tricô e crochê, foi aí que fiz um teste e deu certo. O movimento cresceu e as turmas estão sempre cheias”, diz Joana. 

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